Uva Barbera: conheça mais
- Redator
- 7 de jan.
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Atualizado: 16 de jan.
De acordo com pesquisadores, a uva Barbera pode ter uma origem muito antiga. Arquivos do século 13 encontrados na comuna de Casale Monferrato, no Piemonte, contêm a inscrição “de bonis vitibus barbexinis” (ou “mercadorias de vinhas barbexinis”), uma provável menção à casta.
Durante os séculos seguintes, a Barbera foi utilizada como matéria-prima para vinhos baratos e sem muita expressividade. A principal razão para isso era sua alta fertilidade: as videiras dão origem a muitos frutos de uma vez, o que acaba deixando as vinhas sem muito sabor.

Já no século 19, devido à praga filoxera que dizimava as vinhas europeias, foi levada para o Novo Mundo, mais especificamente para Estados Unidos, Argentina e Austrália. Apesar disso, em nenhum desses países obteve tanto destaque quanto em seu terroir de origem.
A uva Barbera teve grande participação na reconstrução da viticultura na Itália para superar os estragos das pragas. No século 20, se destacou graças à sua alta fertilidade, se tornando uma das três varietais mais plantadas no país.
História recente
Nos últimos 30 anos, tem ocorrido um resgate por parte dos enólogos, a fim de mudar a mentalidade de que a Barbera apenas origina vinhos de baixa qualidade. Para isso, têm sido utilizados os estágios em barrica e um manejo mais cuidadoso com as vinhas, para que desenvolvam melhor seu sabor e características.
Características
Os frutos da uva Barbera podem ser facilmente identificáveis. Além da produção abundante nas videiras, são conhecidos por sua coloração roxo-azulada intensa e sua casca fina. Já os vinhos apresentam intensidade média, com uma coloração rubi com bordas violáceas.
Os aromas primários remetem a frutas vermelhas e negras, como cereja, morango, ameixa e amora. Quando cultivada no Piemonte, também pode apresentar notas sutis de rusticidade, como fazenda e ervas.
Denominações de origem
Entre os vinhos Barbera produzidos na região do Piemonte, há duas denominações de origem notáveis: Barbera d’Asti e Barbera d’Alba, que são muito semelhantes.
Barbera d’Asti
Produzido nas proximidades da província de Asti, essa denominação deve ser feita pelo menos 90% com a uva Barbera. Além disso, precisa ser envelhecido por pelo menos quatro meses em barris de carvalho e apresentar teor alcoólico superior a 11,5%.
Sua coloração é mais atijolada que a dos Barberas comuns, e apresenta taninos aflorados e sabor encorpado.
Barbera d’Alba
Produzido na província de Cuneo, onde está situada a cidade de Alba, as regras de vinificação são muito similares: ao menos 85% das uvas utilizadas devem ser Barbera, e o título alcoométrico mínimo precisa ser 12%.
Entretanto, o Barbera d’Alba tende a ser mais encorpado, com uma presença maior de taninos.
Harmonização
Na hora de harmonizar vinhos Barbera, é necessário ter em mente que se trata de uma casta com taninos pouco presentes. Isso significa que os pratos não poderão ter uma grande intensidade, ou eles podem acabar neutralizando o sabor da bebida.
Apesar disso, a acidez do vinho é uma característica bem evidente, o que ajuda a neutralizar a untuosidade dos pratos. Isso pode ser bem utilizado para fazer boas combinações enogastronômicas.
Carnes bovinas ou suínas com um bom teor de gordura, porém com o sabor não tão acentuado, são ótimas opções. Pense em contrafilé, copa-lombo ou barriga de porco, sem molho e com temperos mais suaves. Carnes de caça ou ensopados também funcionam bem.
A harmonização entre vinhos Barbera e frutos do mar não é a ideal, pois o vinho pode sobrepujar seu sabor. Entretanto, peixes de água salgada com sabor mais acentuado podem funcionar bem.
Tanto para as carnes quanto para os peixes, uma sugestão é temperar com ervas frescas. Os aromas podem combinar com o vinho por similaridade, criando uma experiência bastante agradável.
Já com relação a massas, escolha molhos com pouca intensidade. Na região do Piemonte, a opção mais clássica é o talharim com molho de tomate e linguiça (com gordura e acidez) ou cogumelos.
Por fim, os queijos para harmonizar com a uva Barbera têm alto teor de gordura, mas sem apresentar muita pungência, já que o vinho não será capaz de equilibrar esse sabor. Feta, burrata ou queijos pouco curados funcionam bem.

Vinho Barbera na Adega Fontana
Mario Costa Barbera D'Alba DOC - 2022
A uva Barbera é uma das principais da região do Piemonte, e seus vinhos leves, pouco tânicos e frutados agradam muita gente. São ótimos para desfrutar com os amigos e acompanhar diversos tipos de pratos.
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