top of page

Uva sangiovese, a joia da Toscana

  • Foto do escritor: Redator
    Redator
  • 7 de dez. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 16 de dez. de 2024

A história do vinho sangiovese está diretamente ligada à da região da Toscana. Acredita-se que a civilização etrusca, que habitava a área no primeiro milênio antes de Cristo, já cultivava a uva. Posteriormente, o fruto também fez parte da vinificação romana.


Sua primeira menção oficial se deu nos escritos do agrônomo Giovanvettorio Soderini, quando ainda era chamada de Sanghiogeto. Seu cultivo se expandiu até atingir notoriedade durante o século 18.


Por volta do ano 1872, o estadista e vinicultor Bettino Ricasoli reformulou a fórmula da denominação de origem Chianti, que até hoje tem como principal ingrediente a uva Sangiovese toscana.


Nos anos seguintes, a cepa atingiu seu pico de popularidade, sendo muito apreciada no mundo todo. Por volta de 1970, sua vinificação foi modernizada com a utilização de técnicas de passagem por barrica e a mistura com uvas de fora da Itália, como a cabernet sauvignon.


Os vinhos elaborados a partir do corte entre as uvas sangiovese e cabernet sauvignon ficaram conhecidos como supertoscanos (ou Super Tuscan) e, por mais que italianos mais tradicionais não tenham apreciado esse tipo de exemplar, esses rótulos são amplamente reconhecidos e aclamados no mercado internacional, principalmente em países como os Estados Unidos.

Hoje, a sangiovese mantém sua popularidade e permanece há algumas décadas como a variedade mais cultivada da Itália, representada principalmente por denominações de origem como Brunello di Montalcino e Chianti.


Também é cultivada em outras regiões do mundo em vista de sua alta adaptabilidade e capacidade de traduzir o terroir de diferentes áreas. Alguns dos países que possuem videiras da uva sangiovese são Argentina, Romênia, França, Estados Unidos e Austrália, porém em menores quantidades.


O nome “Sangiovese”

Como já citamos, a civilização romana foi responsável pela expansão da uva. A palavra Sangiovese deriva de sang di Giove, que em tradução literal da língua latina significa Sangue de Júpiter.


Na mitologia greco-romana, Júpiter é o deus dos céus e dos trovões. Segundo a lenda, toda vez que seu sangue ferve, são expelidas chamas da caverna na ilha de Creta em que ocorreu seu nascimento, uma provável referência a vulcões da região.

Há outras teorias de que o nome teria se originado de outros termos, entretanto, essa é a mais aceita.


Características da uva sangiovese

Como mencionamos anteriormente, a uva sangiovese se adapta em diferentes terroirs. Isso também quer dizer que as características de seus frutos podem variar conforme a região onde ela é produzida.


Em Chianti, por exemplo, a uva sangiovese apresenta pele mais fina e frutos menores. Quando cultivada em Montalcino, por outro lado, sua casca é mais grossa e seus bagos maiores.

Os bagos da uva sangiovese são pequenos e seus cachos compridos. Além disso, tem coloração roxo-azulada. Sua casca, entretanto, possui pouca quantidade de polifenóis, o que faz que a coloração de seus vinhos seja pouco intensa – com tonalidades granada.


No paladar, a principal característica da cepa é a acidez elevada. Trata-se de uma uva curinga, que pode render desde rótulos leves e frutados a rústicos e intensos, dependendo do método de vinificação empregado.

Também é conhecida pela complexidade aromática de seus vinhos. No nariz, pode revelar notas de frutas como ameixas, cerejas, morangos e framboesas, além de notas de flores secas e até balsâmicas, além de toques de especiarias.


Uva sangiovese: harmonização

Na hora de criar harmonizações com vinhos da uva sangiovese, nada melhor do que investir em pratos da culinária italiana. Contudo, a intensidade da refeição escolhida vai depender das características do rótulo, que pode variar bastante, como já mencionado.


Em linhas gerais, é a potência do prato que determina a intensidade do vinho. Por isso, o ideal é encontrar semelhanças entre o alimentos e as características do rótulo, como temperos do molho com os aromas do vinho escolhido.


Começando pelas carnes, prefira cortes com sabor equilibrado, sem excesso de gordura. Alguns exemplos são lombo suíno, filé mignon bovino, carré de cordeiro e aves assadas. Carnes curadas, como salame, presunto cru e copa, também são muito bem-vindas!


Frutos do mar, como lagosta, lagostim e camarão, podem ser uma boa escolha, desde que tenham molhos carregados e que elevem sua intensidade aromática e de sabor.


Também combinam bem com vegetais grelhados, como berinjela, pimentão, tomate e abobrinha. Uma sugestão é apreciá-los com um bom ratatouille temperado com orégano e tomilho.


A harmonização mais comum associada à uva Sangiovese é com massas ao molho vermelho. Os vinhos têm intensidade e acidez equivalente a esse tipo de prato e costumam apresentar aromas de ervas e tomate, gerando uma ótima similaridade. É a bebida ideal para apreciar lasanha, macarrão ao sugo, nhoque e pizzas.

No caso das pizzas, a clássica margherita, com bastante queijo, é uma opção de harmonização excelente, desde que combinada com exemplares de corpo médio e alta acidez. 


Para rótulos mais encorpados e intensos, como os brunellos, o ideal é investir em risotos com queijos de pasta dura ou pratos da culinária italiana à base de carnes vermelhas magras. 


Por fim, os queijos recomendados para esse tipo de vinho são os mais curados e de pasta dura, como parmesão, pecorino romano e grana padano. Quanto mais envelhecidos, melhor será a experiência!



Vinhos sangiovese na Adega Fontana



Villa Al Cortile Rosso Di Montalcino DOC



E se você quer aprender mais sobre vinhos e sobre tudo o que envolve essa bebida imortal siga-nos nas redes sociais e fique por dentro de muito mais dicas e informações! Fonte: Famiglia Valduga

 
 
 

Comments


© 2024 por FS design

bottom of page